sexta-feira, 26 de maio de 2017

Distante


Um decreto do Ministério da Educação (MEC) publicado nesta sexta-feira (26), no Diário Oficial, autorizou a adoção de ensino à distância em qualquer disciplina dos anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano). De acordo com o Ministério, a oferta fica liberada para alunos que estejam "privados da oferta dessa disciplina", o que inclui a falta de professores contratados, por exemplo.

Não sei o que lamento mais: se pela medida ilusória aplicada pelo MEC com objetivo de formar no sentido de concluir e não de ensinar efetivamente; Se pelo fracasso dos métodos de Educação à Distância ou pela falta de valorização do ensino e dos professores. Faço outra opção, a que mais me entristece: vou lamentar o país.

No Brasil, ainda vigoram culturas implantadas e enferrujadas que emperram a possibilidade de crescimento. Quem não tem condições financeiras é “educado” para ser funcionário: com sorte um ensino técnico que é para não morrer de fome, que é para não dizer que não existe oportunidade. Viva a meritocracia.

Sempre vai ter um filho de pobre para arrumar o ar condicionado do filho do candidato de família nobre que estudou no ensino privado toda a vida.

Ensino privado esse que ensina a passar em prova de medicina – jamais a questionar, não faz parte da nossa cultura. E, claro, o ensino público que garante que o pobre continue pobre, com uma grande leva de analfabetos funcionais. O ensino no geral impede de pensar, afinal pensar não elege quem assume o poder no Brasil. Combater a pobreza e a ignorância não é lucrativo.

Um lugar onde se perde tempo e se volta no tempo: Na escola, não se pode ensinar gênero ou sexualidade. Coisas que existem, está posto, independente da opinião do senhor deputado ou do seu Deus. Mas a gente vai fingir que não vê como sempre fez com tudo o que muda na sociedade. Afinal quem vai manter a herança ignorante que já é de tradição?!

Não se pode também mostrar ideologia, que a partir deste século é considerada ditadura de esquerda.

A  aplicação das aulas à distância, assim como a reforma do Ensino Médio não são sequer medidas paliativas. São deboche.

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