quarta-feira, 5 de julho de 2017

Além do gene


O modelo antigo familiar está em crise. Isto é, o modelo padrão, imposto e enraizado pelas ciências biológicas, sociais e antropológicas está a ruir. E o que temos de errado nisso? Nada. O formato de família onde se encontram pai, mãe e a prole unicamente nunca existiu.
Ainda no século XIX o casamento monogâmico era pouco comum, ao contrário do matrimônio poligâmico, aceito e praticado nas civilizações antigas. Durante a idade média, os homens eram costumados a passar longas temporadas ausentes dos lares, locais onde normalmente deixavam as esposas e os filhos. É válido lembrar, que ainda na Mesopotâmia a prostituição surgiu, deste modo, muitas famílias “informais” foram constituídas.
Falar sobre padrões na atual sociedade é equivocar-se a respeito dos aspectos sociais contemporâneos. De acordo com Zygmunt Bauman, – pensador e sociólogo que abrange estudos sobre a modernidade – estamos em compassos líquidos, tudo é raso, e nada é duradouro, não existem mais moldes, e o que era firmado escorre feito água, completamente contrário ao estado de solidez determinado pela antiga representação congênita. Mencionar modelo familiar em pleno século XXI é um erro exorbitante.
Menos da metade das famílias brasileiras atualmente são constituídas no antigo modelo familiar. Deste número, não é destacado as variantes de adultérios, normalmente permanecendo ocultas por trás do “padrão” pai mãe e filho, mas que de mesmo modo, quebram totalmente a classificação “honrosa” da tríade familiar imposta.
Nos anos da “contracultura” coletiva hippie, os movimentos buscavam pregar o amor universal, sentimento afetivo que poderia ser praticado por todos e para com qualquer gênero. As novas representações familiares não estão constituídas com bases na sexualidade. Não se trata apenas de casais homossexuais adotarem crianças e formarem o tronco familiar – o que não deixa de ser estonteante –. Pelo menos mais de 50% das famílias no Brasil tem pilares onde mãe e filha, a exemplo, constroem o tão mencionado “lar”, avós ou até mesmo padrinhos participam efetivamente da construção parental. Família, família, pode ser papai, mamãe e titia sim! O padrão nunca existiu, reveja os conceitos.  

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