quarta-feira, 5 de julho de 2017

Bomba Atômica de Cascavel

As obras do Programa de Desenvolvimento Integrado (PDI) estão longe de ser uma catástrofe mundial, entretanto a metáfora é cabível, pois em Hiroshima e Nagasaki os efeitos dos atentados foram instantâneos e perduram por décadas, tal como as obras iniciadas em Cascavel, que de imediato geraram transtornos à população, prejuízo ao comércio e, por muitos anos, assombrarão as contas públicas do município.
E quem ficou satisfeito com as obras? A empresa que a realizou, certamente! Porém, os cascavelenses não andam com tranquilidade. Quem faz uso do transporte público está insatisfeito e grande parte dos motoristas também. Reflexo da ausência de uma consulta pública, a população sequer foi instigada a sugerir mudanças necessárias.
Só o projeto inicial da Avenida Brasil estava orçado em R$ 41 milhões e custou R$ 69 milhões. Vale lembrar que todas as obras do PDI custariam R$ 70 milhões, mas de acordo com o último balanço, apresentado em novembro, custará R$ 150 milhões. E a situação ainda piora, pois para não elevar ainda mais os custos cinco parques ambientais e quatro centros de convivência não serão construídos, ou seja, o custo dobrou e o projeto ficou incompleto.
Reza a lenda que as obras foram projetadas para incentivar o uso do transporte público, revitalizar a cidade, impulsionar o comércio e melhorar o fluxo de veículos. Entretanto, foram meses de interdições, milhões de reais investidos e hoje a condição do transporte público continua ruim e dirigir o tornou-se um teste de paciência.
Os motoristas estão desorientados pela falta de sinalização que afeta também os pedestres; os passageiros do transporte público ainda esperam a nova frota e as novas rotas, que justificariam algumas alterações da Avenida Brasil. Lamentável, mas é preciso dizer: ônibus algum trafegará pela Avenida Brasil tão cedo. A previsão é de que isso ocorra apenas no fim de 2018.

E os comerciantes que têm esperança de que as reformas deem um bom retorno recuperando um pouco do que se perdeu de abril a novembro do ano passado é melhor que baixem suas expectativas: pelo andar da carruagem aqui no “velho Oeste” é melhor esperar e ver para crer.

Artigos relacionados:

  • A educação fundamental do país irá estacionar A educação do Brasil, ao meu ver, não anda por caminhos de progresso, mas, sim, de retrocesso e, agora, com essa nova liberação do MEC referente a permissão da implementação da educação a distância nos anos finais do Ens… Ler mais
  • A era camaleão Nos anos 90, inicia-se a popularização das tatuagens e piercings, que podem ser vistos como modificações – leves – no corpo de quem os utiliza. O conceito inicial desse, assim defendido “estilo de vida” vem de tribos urb… Ler mais
  • E aí, você deu certo?   Recentemente as mídias sociais e veículos de comunicação rotularam colégios como “agressores” por terem um dia temático em que os alunos se vestem como profissionais que eles não sonham e planejam ser.  Com… Ler mais
  • Planeta impureza: a imundície terá preço As temperaturas oscilam entre altas e baixas. Em tom sarcástico e, no entanto, trágico, a mencionada situação poderia ser compreendida como uma bipolaridade dos aspectos climáticos. A ironia nessa previsão do temp… Ler mais
  • Aceite o Game Over A internet está presente na vida de todos e na de crianças e adolescentes não é diferente. Devido ao maior tempo passado em frente ao computador os jogos evoluíram para o meio eletrônico também. No começo poucas hora… Ler mais

0 comentários:

Postar um comentário