quarta-feira, 5 de julho de 2017

O contexto muda, a responsabilidade é a mesma



Desde muito cedo crianças e adolescentes tem acesso à internet e, como tudo, o que passamos nesta fase, interfere na formação do indivíduo. O enfoque com relação ao tema precisa ser repensado.
Os pais desavisados se preocupam que os jovens sofram golpes, sem perceber que esse é apenas um dos problemas e não dos mais alarmantes.
Quem cai em golpes virtuais, em sua maioria, são pessoas mais velhas que acabaram de chegar à rede. Para os adolescentes, é muito mais fácil reconhecer um link que não se deve clicar ou uma pessoa com um ‘papo estranho’. Em contrapartida, grande parcela dos que aplicam golpes ou
ofensas na internet são adolescentes.
Uma pesquisa realizada pelo TIC Kids Online Brasil e divulgada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) mostra que 40% das crianças e adolescentes reconhecem discriminação na internet.
O percentual equivale a 8,8 milhões de jovens entre 9 e 17 anos. Ao todo, o estudo aponta que existem 23,7 milhões de internautas na faixa etária, equivalente a 80% dessa parcela da população.
A questão preocupante é que eles têm acesso à informação antes de ter
formação mental e ideológica. Conhecem a internet, mas não conhecem o funcionamento da sociedade. E onde mora o problema se não nos golpes?
Que eles se tornem se não agredidos, agressores ou replicantes de golpes e violência.
Os adolescentes acabam cedo demais sendo influenciados pela “opinião” de youtubers, sem ter vivência ou base para contraposição. Muitas vezes são replicados comportamentos sem consciência do que se tratam.
Restringir o acesso não é solução, se o objetivo é educar. A dificuldade é que muitos pais não conhecem a rede ou não acompanham o ritmo em que as coisas acontecem. Muitos também - dos mesmos que empurram tablets nas crianças e depois reclamam –, são preguiçosos.
É preciso ter a sensibilidade de perceber que os adolescentes estão expostos cada vez mais cedo, logo, precisam mais cedo de orientação. As décadas avançam assim como a tecnologia, criando gerações diferentes.
Mudar isso não é possível, mas participar da formação dos filhos ainda é obrigação dos pais.

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