quinta-feira, 6 de julho de 2017

Legalização do Uber tramita na Câmara de Vereadores de Cascavel

 
    As tecnologias que permeiam a sociedade sempre são moldadas por forças de estruturas sociais. Inovações e expectativas de retorno financeiro são costumes da sociedade, sendo exatamente o que ocorre com o aplicativo para celular Uber. A empresa Norte Americana prestadora de serviços na área do transporte privado urbano, já não é novidade no Brasil, porém, vem sendo amplamente discutida em Cascavel. Tendo em vista isso, creio que já estava mais do que na hora de trazer o Uber para Cascavel.

    Foi protocolado esta semana na Câmara de Vereadores de Cascavel, o Projeto de Lei 30/2017, que regulamenta as atividades do Uber e demais aplicativos utilizados para o transporte privado individual de passageiros. O objetivo segundo os autores do projeto é incentivar novos modais de transporte e melhorar a mobilidade urbana no Município de Cascavel, assegurando a livre concorrência de maneira justa além de garantir a segurança e confiabilidade nos serviços prestados. 

    A discussão que tomou conta das redes sociais, leva em consideração os dois lados da moeda. Enquanto taxistas protestam em frente à Prefeitura, afirmam que a prática é fraudulenta e fere os seus direitos como trabalhadores, visto que o preço de uma corrida pelo Uber é bem mais barato do que por um táxi convencional. Sei que argumentos não faltam para ambos os lados. Usuários querem um serviço de qualidade, com preço justo, comodidade e é claro, segurança. Estes quesitos são oferecidos tanto pelos táxis quanto pelo Uber.

    Embora a questão de segurança ainda seja questionável quanto ao Uber, é inegável a comodidade e conforto que os motoristas oferecem a seus clientes. Já nos táxis, a confiança é maior devido a tradição do transporte, porém pecam quanto ao conforto. Em cidades onde o Uber já foi implantado, notou-se uma grande queda no tráfego de táxis nas ruas. Usuários relatam a facilidade do aplicativo, agilidade e conforto. Isso revoltou a categoria de taxistas, onde foi registrado um alto índice de violência entre taxistas e motoristas de Uber. Estes fatos destroem a credibilidade dos taxistas, como que alguém vai confiar em um taxista, se ele quer resolver o assunto com violência? Apesar de não poder generalizar a categoria, percebo que a visão dos usuários do transporte privado acaba pendendo para o lado do Uber.

    Quanto ao preço dos táxis, é compreensível o valor alto. O táxi necessita de outorga, pagam vários tributos, têm seguro obrigatório alto para cobertura de passageiros. Em contra partida, na compra dos automóveis, os taxistas são isentados do IPI. Alguns taxistas ainda tem direito a pontos fixos com vagas espalhadas por toda a cidade. Portanto, vejo que não são só pontos negativos que os taxistas podem utilizar como argumento. Sobre a discussão, defino que há prós e contras. Fato é que não se pode ignorar a realidade. A tecnologia dos aplicativos existem e veio para ficar. Cabe ao poder público, agora, regulamentar e tornar justa a relação entre eles, sempre priorizando o usuário. Quanto a qual é o melhor meio de transporte privado, o Uber ou o táxi, somente o usuário que tem poder de definir por si só qual julga ser melhor. 

    A partir das considerações feitas, fico ciente que estamos diante de uma oportunidade de modernizar o transporte coletivo. Caso a legalização do Uber seja aprovada, os taxistas terão que adequar seus carros para garantir mais conforto, segurança e conveniência do serviço, para eventualmente termos uma concorrência justa, onde o usuário será o maior beneficiado. Enquanto a tramitação demora, resta a nós Cascavelenses aguardar, e continuar utilizando os táxis ou até mesmo o transporte coletivo, que infelizmente é precário em todas as comparações com o Uber. Podemos então ter uma grande evolução tecnológica em Cascavel, ou podemos também, infelizmente, jogar esta oportunidade fora, repetindo o mantra de que vivemos em uma metrópole em construção.

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