sexta-feira, 26 de maio de 2017

Distante


Um decreto do Ministério da Educação (MEC) publicado nesta sexta-feira (26), no Diário Oficial, autorizou a adoção de ensino à distância em qualquer disciplina dos anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano). De acordo com o Ministério, a oferta fica liberada para alunos que estejam "privados da oferta dessa disciplina", o que inclui a falta de professores contratados, por exemplo.

Não sei o que lamento mais: se pela medida ilusória aplicada pelo MEC com objetivo de formar no sentido de concluir e não de ensinar efetivamente; Se pelo fracasso dos métodos de Educação à Distância ou pela falta de valorização do ensino e dos professores. Faço outra opção, a que mais me entristece: vou lamentar o país.

No Brasil, ainda vigoram culturas implantadas e enferrujadas que emperram a possibilidade de crescimento. Quem não tem condições financeiras é “educado” para ser funcionário: com sorte um ensino técnico que é para não morrer de fome, que é para não dizer que não existe oportunidade. Viva a meritocracia.

Sempre vai ter um filho de pobre para arrumar o ar condicionado do filho do candidato de família nobre que estudou no ensino privado toda a vida.

Ensino privado esse que ensina a passar em prova de medicina – jamais a questionar, não faz parte da nossa cultura. E, claro, o ensino público que garante que o pobre continue pobre, com uma grande leva de analfabetos funcionais. O ensino no geral impede de pensar, afinal pensar não elege quem assume o poder no Brasil. Combater a pobreza e a ignorância não é lucrativo.

Um lugar onde se perde tempo e se volta no tempo: Na escola, não se pode ensinar gênero ou sexualidade. Coisas que existem, está posto, independente da opinião do senhor deputado ou do seu Deus. Mas a gente vai fingir que não vê como sempre fez com tudo o que muda na sociedade. Afinal quem vai manter a herança ignorante que já é de tradição?!

Não se pode também mostrar ideologia, que a partir deste século é considerada ditadura de esquerda.

A  aplicação das aulas à distância, assim como a reforma do Ensino Médio não são sequer medidas paliativas. São deboche.

Preconceito nosso de cada dia


O preconceito estético é algo que está ficando cada vez mais visível em nossa sociedade. Mas, se pararmos para observar o comportamento das pessoas ao nosso redor – em redes sociais, grupos de amigos, etc. –, podemos ver que a principal preocupação é com a aparência.

Na filosofia, estética é um ramo que estuda o campo visual e analisa as percepções de beleza. Porém, atualmente, a estética vai muito além dessa definição. Meninas e meninos, desde pequenos, são influenciados a se vestir de uma forma “padrão”, para serem considerados bonitos entre os demais.

Mas bom se fosse se essa ditadura da beleza ficasse apenas nas roupas! Temos hoje em dia problemas gravíssimos de meninas e meninos que adquirem doenças como a anorexia, porque se acham “gordos” e têm medo de não serem aceitos em seus grupos sociais pela aparência que possuem.

Mas e aqueles que não conseguem emagrecer? Aqueles que, mesmo em uma dieta saudável e equilibrada, continuam com o seu peso normal? São insultados diariamente, sendo vistos como desleixados.

Em uma matéria da revista Marie Claire foi feita uma pesquisa com as leitoras, que revelou dados estatísticos, evidenciando o preconceito. Das respostas, 66% admitiram já ter feito um comentário maldoso ao ver uma mulher gorda usando biquíni; 58% já se sentiram secretamente felizes porque a ‘ex’ do namorado engordou muito; 52% acham que é pior engordar 15 quilos do que reduzir o salário em 30%; 37% ficam incomodadas vendo uma mulher gorda comer hambúrguer com batatas fritas; 36% não iriam a um médico de regime que fosse gordo; 21% acreditam que as gordas são preguiçosas; 21% imaginam que, se um bonitão está com uma mulher gorda, é porque existem outros interesses; 18% dizem que uma pessoa muito gorda deveria pagar por dois assentos nos aviões.

Esses dados ditos a cima são provas de que as pessoas ainda tem esse preconceito enraizado dentro delas. Ainda é comum várias pessoas pensarem dessa forma, porque, ao longo da vida, sempre ouviram o mesmo discurso de ódio contra aqueles que são vistos como diferentes.

Esse assunto ainda continuará sendo discutido enquanto mantermos as nossas mentes fechadas. Esses preconceitos ainda estarão impregnados em nós enquanto não tivermos a capacidade de aceitar o outro. Aceitar, que as pessoas podem ser felizes do jeito que elas quiserem, sem precisar seguir modelos e ideais estéticos. Saber que existem pessoas capazes de aceitar o próprio corpo, cabelo, rosto e estilo. Só vamos evoluir perante esse assunto, quando pararmos de julgar e ofender o próximo.

Bem vindo à Cascavel


quinta-feira, 25 de maio de 2017

A notícia é verdadeira ou falsa? Não importa mais!


Os conceitos sobre notícias falsas na internet tinham um significado um tanto quanto diferente até o início deste ano. Até então, o termo era utilizado para contar mentiras, sejam elas para prejudicar ou beneficiar alguém. Muitas vezes, as notícias falsas eram somente pela “zoeira”. Percebo que isso mudou drasticamente com a eleição do novo presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump. Esse fato que afetou totalmente a formação de opinião de um povo que é considerado democrático.

Acompanhando notícias do mundo a fora, percebi que todas as notícias que eram veiculadas na mídia e que não condiziam com os ideais políticos de Trump e sua turma, eram considerados pelos mesmos como notícias falsas. O próprio presidente confirmou o fato afirmando que qualquer pesquisa negativa sobre seu governo era falsa.

Tal falácia acabou contradizendo a ideia que eu tinha sobre notícias falsas na internet. Hoje, não é mais possível diferenciar uma notícia real de uma notícia falsa. Um ótimo exemplo é a nova fase da Operação Lava Jato. As informações voam de um lado para o outro, mas nenhuma é 100% concreta. Se antes já era fácil ser persuadido por uma notícia tendenciosa quem falta com a verdade para iludir o leitor, hoje em dia, está praticamente impossível se livrar da bendita dúvida.

Isto posto, uma dica preciosa que aprendi na faculdade: verifique a fonte, procure outras fontes, analise os princípios ideológicos do veículo de comunicação da qual está vendo a notícia, para depois, com seus próprios conhecimentos de mundo, julgar se a notícia é verdadeira ou não. Limitar-se ao “eu vi no Facebook” é tolice e, infelizmente, é o que mais se percebe nos dias atuais.

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Brasil: improviso é o marco da política no país


Para variar, nossa nação passa novamente por mais um escândalo político. Como sabemos, não é mais novidade. Roubos, corrupção, desvios, propina, compra de silêncio, situações em que aqueles que elegemos para nos representar, estão envolvidos até o pescoço.

Pessoas que foram confiadas para estar no poder, pagam valores altíssimos para não terem seus crimes divulgados, lutando de todas as formas para que as investigações da polícia sejam atrapalhadas.

Na última quarta-feira, 17 de maio, a bomba explodiu. Joesley Batista, dono da JBS, divulgou gravações de conversas do atual presidente da República, Michel Temer, revelando que ele estaria tentando comprar o silêncio de Eduardo Cunha, que foi condenado por mais de 15 anos, por corrupção.

Depois de tanta confusão e desordem, reuniões marcadas com urgência para amenizar o deslize, o advogado de Temer entrou com um pedido de habeas corpus para barrar com as investigações que envolvem o presidente, baseada na delação premiada na Operação Lava-Jato.

Em vários veículos de comunicação, Temer é comparado a um paciente na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), prestes a “morrer”. A coisa não está nada favorável. Eleições diretas já? Seria a solução? Quem vai assumir? Impeachment? Greve?

O povo brasileiro não leva a sério a situação que passamos. Ao invés de cobrar por justiça, ir atrás dos direitos, simplesmente fazem piada sobre. Não estão preocupados com o futuro, querem eleger alguém que nem sabe quem é. Voltar ao regime militar? Bater continência? Será que eles sabem o que isso significa?

Mesmo depois de tantas manifestações contra a ex-presidente Dilma Roussef, o cenário só piorou. Essas crises políticas demoram tempo para serem resolvidas. O Poder Executivo só pode fazer algo se o Poder Legislativo liberar. Simplesmente ficaremos travados. Seria culpa do PT? Mas quem pagou milhões e entrou num escândalo desse tamanho foi um peemedebista, e aí?

O fato é que a política brasileira funcionará no improviso, por tempo indeterminado.

Mulher: a garra, a força em uma só pessoa


As mulheres precisam ser reconhecidas mundialmente pelo esforço, dedicação, companheirismo e pelas constantes batalhas enfrentadas diariamente. Todo esse esforço para serem respeitadas na sociedade e conquistar um posicionamento perante os homens.

A mulher sempre carregou o status de ser inferior ao homem, ser submissa ao marido e apenas ser responsável pelos afazeres de casa, mas a partir da década de 60, o cenário começou a mudar.

Atualmente, a situação não é mais a mesma, a mulher conquistou e continua conquistando seu espaço. Ela trabalha fora, tem sua liberdade, assume um cargo de gerencia, uma mulher já foi eleita para governar o Brasil, a mulher além de se dedicar ao trabalho remunerado continua se dedicando dentro da própria casa.

No século em que vivemos com muita tecnologia, a mulher foi se apoderando de benefícios, se tornou independente, deixou de ser apenas “do lar” para conquistar o mundo. Deixou de ser apenas “usada” para reproduzir, lava, cozinhar e estar sempre bela e disposta para o marido.

Hoje, a mulher se dedica mais a ela mesma. Com o surgimento da pílula anticoncepcional, ela decide quando quer ter filhos, ou até mesmo nem tê-los. Decide ser bem sucedida pessoal e profissionalmente, ter seu carro, sua vida financeira estável, ter seus bens, para depois, quem sabe, arrumar um parceiro. Isso quer dizer que ela não precisa necessariamente de um homem para ser feliz.

A mulher nasceu para mostrar aos homens que elas têm o poder e vão dominar o mundo, com toda delicadeza, muito charme e amor. A mulher é uma princesa aos 20, uma rainha aos 30, uma imperatriz aos 40, e especial a vida toda. Ser mulher é isso!

sexta-feira, 19 de maio de 2017

É hora do povo mostrar o seu poder


Uma verdadeira bagunça. É assim que eu defino o atual cenário político brasileiro. Como diz a música de Renato Russo: “nas favelas, no senado sujeira pra todo ladoninguém respeita a constituição... Piada no exteriormas o Brasil vai ficar rico, vamos faturar um milhão!”. Posso considerar que a maioria dos nossos políticos estão sim com esse um milhão que chega a ser pouco no meio desse mar de corrupção.

 Na última quarta-feira (17), uma reportagem de O Globo em que o jornalista Lauro Jardim, revelou a existência de um áudio gravado entre o atual presidente e Joesley Batista, dono da JBS.  Segundo a reportagem, Joesley foi ao Palácio do Jaburu. O presidente e o empresário tiveram uma conversa por cerca de 40 minutos a sós.

 Sendo que Temer ouviu o empresário sobre a situação dele estar dando ao deputado cassado Eduardo Cunha, atualmente, preso em Curitiba e ao operador Lúcio Funaro uma mesada na prisão para que ficassem calados. Diante da informação, diz a reportagem que Temer incentivou: “tem que manter isso viu". Joesley afirmou que não foi Temer quem determinou que a mesada fosse dada, mas tinha pleno conhecimento da operação abafa.

 Diante das circunstâncias na tarde da última quinta-feira (18), o presidente em exercício, fez um pronunciamento, onde ele disse que o seu governo viveu o seu pior e o melhor momento. Onde o bom momento seria os indicadores de infração e o mau momento seria essas ‘conversas gravadas clandestinamente’.  Ele reforçou que não irá renunciar.

 Então, não me admira essa atitude do nosso excelentíssimo senhor presidente da República, porque ele, certamente, irá utilizar de todas as artimanhas possíveis para se sair ileso dessa bagunça toda. E ele já está fazendo isso, tentando arquivar o seu inquérito.

 A população brasileira já passou da hora do ‘Gigante Acordar’, mas acordar para valer! Estão brincando com a nossa democracia, com o nosso país, com o nosso voto, com a nossa justiça! Somos mais de 200 milhões de habitantes e unidos somos muito mais fortes que essa meia dúzia de políticos corruptos.

 Cada brasileiro deve exercer o real significado da palavra cidadania que é cumprir com os seus direitos e deveres e dentro desses deveres está não apenas o voto, mas, sim, cobrar de cada político para que cumpra com suas propostas! Basta de bagunça!


Conte-me uma novidade


Tã tã tã tã tã tã tã tã tã tã tã tã tãn... O plantão da Globo emitiu seu som alarmante sobre as casas brasileiras. Quem estava no sofá, rapidamente, voltou o olhar para a televisão. Eu que estava jantando com minha mãe, não deixei de dedicar minha atenção à tela de plasma retangular de 29 polegadas para ouvir cada detalhe do que seria noticiado.

Era quarta-feira, dezessete, com clima frio em pleno mês cinco, por volta das sete e quarenta, e eu que deveria estar na aula de Gêneros do Jornalismo Opinativo, estava em casa pensando no chazinho de minha avó, o único remédio bom o suficiente para que minha garganta voltasse a ser saudável. Desde segunda-feira, o clima indeciso dos extremos frio e calor, se uniu a chuva e acabou com o bem-estar do meu órgão interno do pescoço. Mas, sobre aquela vinheta... foi tão alarmante quanto sirene de ambulância, tão gritante quanto choro de recém-nascido às duas da manhã, tão curiosa quanto a vontade de saber o que seria noticiado. Perdi a lembrança do chá de minha avó em meio segundo.

Na mesa estavam dois pratos – as panelas dispostas no cooktop de quatro bocas que já tínhamos há três anos – e a comida estava maravilhosa: arroz, feijão, carne de panela e salada de repolho. A refeição tipicamente brasileira, com costumes tipicamente atuais de jantar com a televisão ligada. Tive sorte, a sala conjugada com a cozinha facilitou a virada brusca para o aparelho televisivo quando o som espalhou-se na casa. Não perdi um segundo do boletim.

As primeiras palavras da notícia foram ditas e os olhares vidrados permaneciam ansiosos por cada verbo que construía o discurso daquele plantão. Eu que preciso me pronunciar sempre que ouço algo – dizem que é culpa do signo de gêmeos ligado à comunicação – me apeguei calada. Primeiro, porque naquele momento não era cabível qualquer comentário, e segundo porque é de costume: “escuta lá!”, ser interditada por minha mãe quando ela quer muito ouvir algo e eu atrapalho pela euforia momentânea de transmitir alguma fala.

Ao fim do boletim, meu olhar voltando-se para o rosto de minha mãe, enquanto ela fazia o mesmo foi de caráter cômico devido às expressões – nós rimos – e eu, que estudo jornalismo, mas sou amante mesmo é de história queria acreditar que vivi para ver aquele plantão. “Que momento marcante!”, exclamei. E no meio tempo, muito rápido pude ouvir de minha mãe: “Temer desmascarado, mais um político ladrão. Legal, agora me conte uma novidade”. 

Assino a caneta: sou muito mais que “aquela”


O que é uma mulher de respeito para você? Para minha avó, é “aquela” que usa roupas comportadas. Meu melhor amigo, diria que é “aquela” que não desce até o chão quando toca funk. Segundo meu avô, é “aquela” que respeita o marido. Mas afinal, o que é uma mulher de respeito? Há mais ou menos 50 anos, conceito de mulher de respeito se aplicava as moças que aprendiam a cozinhar cedo, que se casavam, tinham filhos e tornavam-se donas do lar. Não devo criticar a vontade das mulheres que escolhem esse caminho. Porém, questiono: será mesmo que é só isso? Para mim, esse padrão não se aplica. Ser mulher de respeito implica muito mais. Ser mulher de respeito é de fato muito mais. É assumir-me enquanto posição de escolha, ser dona e assinar minhas atitudes, sejam elas quais forem.

Acho bastante equivocada a maneira que a sociedade se auto julga moderna. Eles não sabem nem que o termo “moderno” é considerado antigo, e que atual mesmo é a contemporaneidade. E como se não bastasse, falácias como: “nos tempos antigos era diferente”, vivem na boca de gente que entra na filinha do senso comum, como eu entro na fila da cantina para comprar lanche. Não saber o que é moderno, falar do que não sabe, sem propriedade. Parece até que é “top” ser assim. É normal, é frequente e é ligado a como conceituam as mulheres que hoje tomam atitudes próprias, que partem de suas escolhas individuais, longe do que é visto aos olhos “modernos” da sociedade que mesmo nesse século, estão enraizados aos costumes de pensamentos padrões. Mais uma vez, sobre “aquela” mulher de respeito.

Falando de respeito, porque não citar o desrespeito do renomado presidente dos EUA, Donald Trump. A figura publicou recentemente uma foto em seu gabinete, rodeado por homens. Na fotografia, feita na Casa Branca, Trump estava assinando três ordens, uma delas para proibir o financiamento a ONG’s que prestam assessoria no exterior a favor do aborto. Além do contexto, fica explícito a afronta ao governo político feminino. Mulheres não merecem lugar nas cadeiras políticas? Ou é difícil aceitar que elas são capazes de ocupar qualquer cargo profissional na sociedade? A imagem que reafirma o governo machista do texano teve grande repercussão, e conta ainda mais para a minha incredulidade. Como alguém com conduta depravada assim, está à frente de uma das maiores potências mundiais? Não sei, e não preciso ir muito longe com os exemplos. No Brasil, também temos a “temer”. O país com um dos maiores índices de homicídios femininos no mundo, abraça os dados vergonhosos de violência contra a mulher. Recentemente, casos como a carta de escrita por Sidnei Araújo, autor da chacina de 12 pessoas, incluindo a ex, demonstra o ódio e intolerância contra o gênero feminino. Uma mulher, por ser mulher e tomar atitudes influentes sobre sua própria vida, foi morta. No discurso do autor, frases de extrema arrogância e crueldade reafirmam a atitude brutal com sua ex esposa. Na carta o nome “vadia”, não cessa a aparecer.

Se eu opto por usar uma saia acima de um palmo do joelho na faculdade, serei a “putificada” da sala. Se quero ficar com mais de um homem, dançar livremente em uma festa, sair sozinha com minhas amigas, perder minha virgindade antes dos 18, ler livros de romance erótico ou saber mais sobre sexo, sou a luz que acende no fogo do inferno. Até parece que 50 tons de cinza me deixam vermelha como o demônio... E para não ser só, a escolha de seguir sem nenhum parceiro até os 30 ou mais, não namorar aos 19, é mais crucificada que cristo foi há mil anos e bolinhas atrás. Como assim não posso morrer sem um marido? Ou vou morrer se não o tiver. É mais fácil acreditar em Papai Noel, do que em uma mulher que sobrevive bem sem um homem. O que é ridículo.

O que encontramos nos “modernos”, é um circo de hipocrisia, onde de palhaçada vai além do normal. São pré-julgamentos sem fundamentos. São frases avulsas, ditas com base em pré-conceitos enraizados de um passado onde existia imposição do certo. O que é certo para você? São mais de 65 anos de luta feminina por direitos civis e igualitários, para conquista de posição perante a sociedade que minimiza a mulher. E se eu aqui pormenorizar, ficará caro que durante todo o período alguém quis dizer o que era certo e errado.

O erro é de quem quer elidir nosso direito de escolha. Temos um mundo de opções para tomar diante de todo e qualquer assunto. Não queremos ser mãe antes dos 30, não sabemos cozinhar e nem precisamos obrigatoriamente aprender isso. Somos políticas, fazemos e estamos a frente. Eu saio para beber com as minhas amigas. Eu danço gêneros. Fico eufórica, moro sozinha, sou mãe e pai. Do tamanho do meu vestido, que cuida sou eu. Tenho relações sexuais, eu opto pelo prazer. E se é complexo ao entendimento dos adeptos ao que se julga padrão, simplifico por: eu escolhi não ser “aquela”. 

A sua liberdade vai até onde começa a do outro



O que é a liberdade para você? De acordo com algumas das definições se caracteriza como o direito de agir segundo o seu livre arbítrio, de acordo com a própria vontade, desde que não prejudique outra pessoa, onde é priorizada a sensação de estar livre e não depender de ninguém. Até aí, tudo bem, mas como você pode definir até onde vai o seu livre arbítrio e ter certeza que você não está prejudicando o outro.

Como, por exemplo, eu posso estar em sábado a tarde estudando em meu quarto e meu vizinho decide escutar música, será que se eu fosse pedir com gentileza para meu vizinho abaixar o som, não estaria sendo intolerante a sua liberdade de escutar música? Mas eu não estou sendo prejudicada pelo fato do meu vizinho estar agindo por livre e espontânea vontade, achando que não está prejudicando outra pessoa.

Vamos à outra reflexão, a intolerância, está extremamente ligada pelo respeito, cuja algumas definições tratam como falta de compreensão ou aceitação em relação a algo, esse algo pode ser, cor, raça, religião, sexo, estereótipos e gostos, mas em nossa sociedade há muita intolerância pelo gosto musical que cada um tem. Escuto muitas frases como: “nossa você gosta de sertanejo, dessa música brega de traição ou amor não correspondido”, ou “você gosta de reggae”, quer dizer que você fuma maconha, ou ainda, “você gosta de funk”, então quer dizer que você dança até o chão e fica com todos.

O engraçado é quando você corresponde as criticas, com estas perguntas: quem ti assegura que uso droga e fico com todos? Há frases mais preconceituosas ainda como: “Garanto que se não tivesse em um baile funk não teria sido abusada”, mas como fica o caso registrado em Toledo de uma garota que foi estuprada quando saia do colégio. Ela não estava em baile funk, estava saindo do colégio e mesmo assim foi abusada sexualmente.

Será que os abusos só acontecem porque a garota usava shorts curte, ou decote e frequenta bailes, festas? Então as mulheres deveriam viver trancadas em casas, se vestirem cobrindo todo o corpo, que o problema com estupros seria erradicado do Brasil. Então a liberdade da mulher usar a roupa que ela quer, curtir e dançar  o que ela gosta não pode, porque o homem não consegue segurar seus instintos.

Posso aqui citar o que a cantora de funk Anitta, disse em um show: “Um dia, eu prometo para vocês que eu vou fazer o nosso funk carioca ser respeitado no nosso país. Porque o nosso funk nasceu aqui, foi feito aqui e ele merece ser respeitado sim. Uma vez eu peguei um cara que falou assim pra mim: ‘Se tu fosse minha mulher, a primeira coisa que ia mudar e esse rebolado aí na frente dos outros. Aí eu falei, ‘ah, entendi, pra me pegar é legal; pra ser tua mulher não dá’. Hipocrisia é que não dá, sabe por quê? Eu prefiro ficar sozinha do que ser subordinada.”

Para as frases dos demais termos preconceitos de estilos musicais eu digo: eu curto Reggae e Rock sim, mas nem por isso, eu uso drogas ou sou mau educada. Em Toledo no ano passado ocorreu duas edições do Rockato, cujo evento é feito pela secretária de cultura e pela Associação de Focinhos Carentes de Toledo. Objetivo é arrecadar verbas, para a intuição. Nas duas edições não houve registro de nenhum furto, crime e como a secretária informou, no dia seguinte dos shows não havia sujeiras espalhadas pelo chão.

Para também os maus informados sobre música sertaneja há muitos cantores sertanejos que são formados em música e tocam vários instrumentos. Posso citar o cantor, compositor e instrumentista, Michel Teló. Ele toca violão, bateria, sanfona e ukulele. Sem duvida o discurso de muitos nesse momento de que sertanejo não tem cultura e serve apenas para pessoas que sabem tocar apenas violão é desconstruído.

Percebo como a sociedade está enraíza em crenças, em achoqueísmos, em opiniões que só a minha e a verdadeira e a certa. Onde a liberdade do outro não importa ou não interessa. Porque só aquilo que pra você é bom, é verdadeiro e correto importa. Não se dá vez e voz ao outro, não se consegue mais ouvir o outro, sentir o outro lado da história, mas nem tudo está perdido.

A luta para que esse repeito continua, onde muitas barreiras estão sendo quebradas, como a mistura de estilo musicais em uma só melodia. Rádios que estão inovando, onde não se tocava sertanejo é agora se escuta. Mas para certas situações acredito que falta a sociedade seguir o real significado dessas duas palavras, liberdade e intolerância.


Desculpe o Transtorno, mas preciso(amos) falar sobre a depressão



Precisamos conversar sobre depressão. Nos últimos dias, o assunto que mais ouvi ser comentado foi esse. Sei dos motivos que levaram a isso, mas não tenho tanta certeza se as pessoas entendem sobre o que estão falando.

Com o boom da série norte americana “Os 13 Porquês” e os recentes casos de adolescentes que participaram do “jogo” Baleia Azul, o assunto depressão voltou à tona, muitos preocupados, outros apenas afirmando que não passa de frescura. Mas, será depressão uma doença ou mais uma forma de chamar atenção? Bem, não acho que 800 mil pessoas morreriam todos os anos por frescura.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) hoje no mundo mais de 350 milhões de pessoas sofrem de depressão, sendo 11,5 milhões apenas no Brasil. Ainda, segundo a entidade o transtorno é o principal motivo de incapacidade e considerada por muitos o “mal do século”.

Muitas pessoas não veem depressão como doença, sempre escuto frases do tipo “Ah, ele só quer chamar atenção”, “É tudo frescura” ou ainda “é modinha, deixa que passa” é a partir desse pensamento que muitas pessoas acabam se afundando ainda mais na depressão, pois elas têm medo de dizer como se sentem e de sofrer  preconceito.

Sentimento de culpa, incapacidade, tristeza, baixa autoestima, insônia, problemas de concentração, ansiedade e sentimento de vazio. Tenho certeza que se identificou alguém com essas características, saiba que elas são apenas alguns sintomas da depressão que chega sorrateiramente, mas que transforma a vida da pessoa em um inferno. Desde crianças até idosos, todos estão sujeitos a serem vítimas dessa doença silenciosa, então não diga que é frescura. Frescura é não querer tomar banho na água fria, não comer a bolacha porque ela está quebrada ou não assistir filme legendado. Depressão é sim uma doença e não é de hoje.

Presente quase que desde o início da humanidade, o transtorno tem sim tratamento, porém vai depender do paciente querer melhorar. Psicólogos e psiquiatras trabalham muitas vezes juntos para garantir um melhor resultado. E não pensem “psiquiatra é coisa de louco”, depressão não é loucura, além de ser um pensamento preconceituoso.

O maior problema é que não damos a necessária atenção ao tema, podem ter certeza que logo irá aparecer um assunto para sobrepor “Os 13 Porquês” e a Baleia Azul e ninguém mais vai falar sobre isso, até porque a sociedade não sabe lidar com o que ela não pode ver. Para ela o que é invisível não existe. A questão é saber até quando isso vai continuar. 

A Bela e Fera



Prepare a pipoca, o refrigerante e os lencinhos (muitos) para assistir a Live Action de “A Bela e a Fera”. O filme que foi lançado recentemente é ideal para quem gosta de romance, musical e claro da Disney.

          O filme é extremamente fiel a animação de 1991, mas houveram algumas mudanças, que deixaram o filme melhor. Por exemplo, a troca de alguns personagens caucasianos por atores negros, para muitos pode não parecer muita coisa, mas essas mudanças deixam claras as intenções do diretor em dizer não ao racismo. Segundo, a personagem de Bela, que no filme é interpretada por Emma Watson, segue a linha de pensamento da atriz, que dá a personagem uma maior liberdade e força. Por último e mais importante, o filme traz a questão da homossexualidade, que é tratada de uma forma delicada e sem preconceitos.

Outro ponto forte foi a escolha do elenco, que parece ter sido feita a dedo. Os atores são extremamente parecidos fisicamente com os personagens originais, o que mais impressionou foi o ator Luke Evans que, além de trazer toda a personalidade duvidosa, ficou idêntico ao personagem Gaston. O ator Dan Stevens também surpreendeu com a similaridade com o príncipe Adam enquanto pessoa, porém o ator poderia ter sido melhor aproveitado em algumas cenas, mas isso não acaba em nada com a magia do filme.

Magia que por sinal traz momentos lindos, principalmente, quando o assunto são os objetos mágicos do castelo e suas cenas musicais, que relembram brilhantemente o original. Os objetos mágicos dessa vez têm uma maior força consigo, dando a eles uma maior importância.

Mas como já dito, prepare os lencinhos, pois é quase certeza que irá chorar. Os momentos de emoção são lindos, principalmente por serem com personagens tão queridos.

Infelizmente, nem tudo são rosas, o filme tem sim pontos negativos, o que mais marcou foi o fato da Disney ter optado por usar efeitos especiais na caracterização da Fera e não maquiagem, com certeza o estúdio tem profissionais capazes de fazer uma maquiagem digna de Fera.

Mas saiba que vale sim a pena assistir o filme, para os Disney maníacos é mais uma oportunidade de aproveitar toda a mágica do estúdio.

O Brasil realmente aceita os homossexuais?



O Brasil não é um país homofóbico. No Brasil, não tem problema ser gay. É um país liberal. Lá tem a maior parada gay do mundo. Tenho certeza que já deve ter escutado ao menos uma dessas frases. Mas, será que o Brasil realmente aceita os homossexuais? No meu ponto de vista, NÃO. O Brasil é sim um país homofóbico. O governo até podem ser a favor deles, mas não a sociedade.

Se pegarmos o dicionário, homofobia vai ter caracterizada como “Repulsão aos homossexuais. Geralmente, demonstrado através de violência física e/ou verbal”. Ou seja, expressões como “Tão lindo, pena que é gay”, “Ninguém precisa saber que você é gay”, ou ainda “Não tenho preconceito, tenha até amigos que são gays”, são sim uma forma de preconceito.

Segundo dados de 2016 do jornal norte americano “New York Times”, houve 1,6 mil assassinatos por homofobia no Brasil em um período de quatro anos e meio, representando quase um assassinato por dia. Isso claro, não contando os casos que não foram denunciados e as pessoas que simplesmente desapareceram. No site “Homofobia Mata”, já estão contabilizadas quase 60 mortes e ainda estamos em fevereiro de 2017.

Os maiores problemas em minha opinião são questões familiares e a religião. As pessoas pensam que as famílias aceitam sem problemas, um filho, uma filha homossexual, mas a verdade não bem essa. No início de janeiro, Itaberli Lorenzo de 17 anos, foi morto e teve o corpo queimado, o assassino, a própria mãe. A religião também é problemática, vendo que a bancada política religiosa é abertamente contra a comunidade LGBT. Mesmo com a maior autoridade da igreja católica, o Papa Francisco, ter dito que os homossexuais merecem respeito, não é isso que acontece.

Como citei no início do texto, o governo se esforça, o Brasil foi o primeiro país da América Latina a aprovar o casamento entre pessoas do mesmo sexo, além de ser um dos primeiros a liberar a adoção de criação por casais homoafetivos. O país também disponibiliza medicação para soros positivos.

Mas de nada adianta o governo fazer tudo isso, se a população não mudar. Em 2015 a “Hello Research” realizou uma pesquisa, o resultado não poderia ser pior, dos mil entrevistados, 49% se disseram contra o casamento gay. É como se invés de evoluir a sociedade brasileira estivesse regressando no tempo. Ninguém é melhor do que ninguém apenas por ser hetero. Opção sexual não define caráter.

Um dos maiores discursos homofóbico é que gays não podem constituir uma família. Bem, se for pensar dentro da caixinha que a sociedade criou isso com certeza é verdade, mas a realidade não é bem assim. Eles podem sim formar família, não é só homem, mulher e filho. Família é amor, carinho e afeto. Não é porque eles não podem ter um filho próprio, que não podem adotar, hoje existem mais pessoas interessadas em adotar uma criança do que crianças na fila de adoção.

Como deu para perceber o Brasil vive atrás de uma máscara. Isso acontece porque vivemos em uma eterna espiral do silêncio, ninguém vai sair por aí batendo no peito e falando “Sou homofóbico”, há leis contra isso, e ninguém quer ir preso. Mas, sempre há um momento que essas pessoas vão agir e é aí que acontecem os assassinatos e demonstrações de repúdio.

A única forma de mudar esse e outros pensamentos retrógados é a partir de uma reeducação da sociedade. Ninguém dorme hetero e acorda gay. E é isso que as pessoas precisam aprender, não é uma escolha, é uma pessoa simplesmente sendo ela mesma. E como todo ser humano eles merecem respeito. Não é matando, xingando ou humilhando os homossexuais que eles vão se tornar héteros.

Por fim, digo que a sociedade brasileira não está pronta para aceitar umas as outras. Essa mudança só vai acontecer quando eles perceberem que assim como os héteros os gays também são pessoas que apenas querem poder amar.

Dizem ser o mesmo “Deus”. Será o mesmo amor?


A intolerância independente de qual seja, já existe há muitos anos. Uma das intolerâncias cometidas por um ser “racional” já foi expressa até mesmo com “Jesus Cristo”, o qual passou por diversas situações na terra, onde ele e seus seguidores cristãos eram perseguidos por judeus e pagãos.  Por que não respeitar a religião do próximo? Se o primeiro mandamento da Bíblia universal é “Amar a Deus acima de todas as coisas” sendo que, muitos dizem ser o mesmo “Deus”.

A intolerância religiosa tem o maior numero de mortes no mundo. No Brasil, já foram registrados 504 casos no período entre os anos de 2011 a 2014, esse número teve o aumento de 12% em um ano. Os casos de violência por esses motivos acabam refletindo em uma sociedade sem preceitos, qual querem ter razão a ponto de não aceitar a opinião do próximo, mas, querer impor a sua crença ao outro.

Segundo dados do IBGE, 166 milhões de brasileiros são cristãos, e apenas 29% da população evangélicos.  O número de templos e igrejas aumenta a cada dia, a cada duas quadras é possível encontrar uma igreja. Se considerarmos a quantidade de entidades e “fiéis” os casos de intolerâncias deveriam ser raros.  Independente da religião as igrejas pregam por amor e fé. E o que é mais refletido na sociedade, é o rancor e o ódio.

As religiões do Umbanda e o Candomblé são mais afetadas por gamas de repugnâncias, e discursos de ódio. Por não serem comuns como a religião católica ou evangélica. O desconhecido para uns pode ser considerado perigoso, sem nem mesmo conhecer o diferente, o cidadão condena o próximo por não ser igual a si, ou julga ser para quem se aproxima.  Um caso de intolerância religiosa aconteceu em Curitiba, considerada uma cidade hospedeira e de diversidades. Duas mulçumanas foram apedrejadas por decorrentes atentando ocorridos em Paris, por isso são “condenadas”, sem mesmo ter envolvimento algum com o acontecimento. Mas, por seguir a religião. Segundo o Ministério Publico esse ato é conhecido como Islamofobia.

Outro caso infeliz por discursos de ódio e pré-conceito por religião ocorreu no Município de Irati, onde uma mulher, qual não foi divulgado o nome, nem religião. Invadiu o comércio de um homem, bagunçando todo o estabelecimento e o agredindo verbalmente e fisicamente, a polícia foi chamada e os dois foram encaminhados para a delegacia.

Infelizmente, o cidadão sem mencionar etnia, região, estado ou país, é preconceituoso sem ter conhecimento, sobre religiões diferentes da qual pertence, e em muitos casos não procura o mesmo.  Esse é um dos motivos, qual nosso mundo ainda existe guerra, as pessoas não aceitam as diferenças uns dos outros e nem  as respeitam. O mundo será melhor quando o ser humana “racional”realmente se torne racional e deixe o lado egoísta e desrespeitoso e passe a aceitar o diferente. A outra religião não é imposta, é só questão de respeitar e viver em comunhão com o próximo sem querer fazer com que o outro seja igual a você, cada um com suas diferenças.

Você é intolerante?


A intolerância mata. Ela precisa acabar. Na contramão da utopia necessária, ela só vem crescendo a cada dia. A intolerância não é fruto só da internet; teve seu princípio a partir do convívio social. Consiste na não aceitação do outro. Não só de uma opinião, mas também de um diferente estilo de vida. Por mais que todos tenham dentro de si um pouco de intolerância, cabe a nós controlá-la e transformá-la em respeito. Algumas pessoas têm sorte por não ter sofrido com intolerância no dia a dia, como eu; porém, algumas perdem a vida por causa dela. É absurdo.

Pode ser por não aceitar a condição sexual de um indivíduo, sua religião, sua classe social, ou até mesmo o ponto de vista do próximo. Muitas vezes, a intolerância culmina na não aceitação da opinião do outro. São vários os exemplos, de diversas localidades. É engraçado parar para pensar e ver que a maioria desses casos acontece em grandes centros urbanos onde o choque de divergências sociais é grande.

O caso mais chocante, que acabou em morte foi o da dona de casa Fabiane Maria de Jesus, de 33 anos. Um boato gerado por uma página no Facebook levou os moradores do Guarujá, em São Paulo, à fúria. A página postou um retrato falado de uma mulher que, supostamente, matava crianças para usar em rituais de magia negra. Ao associarem o retrato à semelhança da mulher, espancaram Fabiane em frente à sua casa. Os vizinhos e o marido de Fabiane disseram que ela sofria de transtorno bipolar e que nunca fez mal a crianças. Nesse caso, duas crianças ficaram sem mãe por conta de um boato. Qual seria o poder dos cidadãos de decidir se ela era culpada ou não?

Na mesma linha de intolerância, as opiniões pessoais acabaram em agressões em Campinas, São Paulo. José Maria da Silva ia para o trabalho, de ônibus, quando sentiu alguém pegando sua carteira de dentro do bolso. Segundo ele, como o bandido não estava armado, José tentou conversar e pegar a carteira de volta. Os passageiros, ao perceberem o furto, já se acharam no direito de linchar o bandido. Provavelmente o ônibus estava cheio daquelas pessoas que dizem: “bandido bom é bandido morto”. Porém, a cobradora do ônibus tinha um pensamento contrário ao da maioria dos passageiros. Para ela, o correto seria imobilizar o ladrão e chamar a polícia. Ela disse que queria evitar a confusão, pois tinha muitas mães com crianças. Muitas pessoas desaprovaram a atitude da cobradora; mas ela disse não se importar para esse tipo de opinião. Para ela, o que importa é a integridade física dela e dos passageiros.

Todas essas manifestações consistem na divergência de opinião. Quando a intolerância ocorre por outros motivos, como, por exemplo: orientação sexual, a crítica e a discussão é sempre mais pesada. Enquanto alguns têm a mente mais aberta, outros não aceitam a liberdade do outro e parte para a agressão. Em plena Avenida Paulista, um estudante de Jornalismo, de 23 anos, sofreu um atentado. Ele foi espancado com lâmpadas fluorescentes enquanto voltava de uma lanchonete com amigos, às 6 horas da manhã. O ataque aconteceu porque os agressores acharam que Luís Alberto Betonio era homossexual. Entretanto, Luís não é. Se não fosse um segurança de uma loja próxima, Luís teria morrido.

Para amenizar a intolerância, que pode terminar em covardia, alguns ativistas procuram meios de trabalhar a aceitação de temas polêmicos na sociedade. Em Cascavel, interior do Paraná, um professor resolveu dar aula vestido de drag queen. Pasmem: a reação dos alunos foi boa! Eles trouxeram várias vezes a discussão à tona durante a aula, já que naquele dia se comemorava o dia internacional de combate à homofobia. É claro que se inserirmos esses tipos de assuntos, principalmente aos jovens, termos uma sociedade futura melhor e mais tolerante. O professor disse que nota uma aceitação maior dos alunos em relação a temas ligados à discriminação e ao preconceito. “Venho percebendo que são pequenos passos, mas a cada ano os alunos demonstram menos resistência em discutir situações nas quais eles são os ditos privilegiados – isto é, os alunos brancos compreenderem a necessidade das cotas raciais, os alunos homens entenderem o machismo em nossa sociedade e, especificamente, naquilo que trabalhei, a maioria de alunos heterossexuais se mostrarem abertos para compreender o que os homossexuais passam e como mudar essa realidade”.

Em meio aos exemplos de tragédias e da tentativa de mudança, podemos ver que é muito mais fácil lutar contra a intolerância do que continuar alimentando ela; se alimentamos, criamos uma sociedade cada vez mais desunida. O mundo sem diferença é sem graça.

O muro de opiniões


O famoso muro de Berlim permaneceu por 28 anos separando as Alemanhas Oriental e Ocidental. Além disso, dividiu opiniões em todos os lugares do mundo. No Brasil, especificamente, em São Paulo, um muro voltou a dividir opiniões. Não um, mas todos os muros da cidade.

O prefeito de São Paulo, João Dória, lançou, no dia 2 de janeiro deste ano, o Programa Cidade Linda. Junto ao projeto se iniciou uma história que está longe de ter um fim. A polêmica maior se dá ao fato de Dória ter substituído a maioria dos grafites e pichações da cidade por uma tinta de cor cinza.

Definitivamente, pichação não é arte. Nunca foi, nunca será. O único muro que um pichador tem o direito de pintar é o da própria casa, isso se ele tiver uma. Pichação não é um trabalho reconhecido, não vejo na agência do trabalho vagas para tal ocupação, ou melhor, para a desocupação.

Dória fez o certo, e tem o apoio da população de bem. A maioria dos paulistas aprovou a decisão e, realmente, estão vendo uma cidade limpa. Os pichadores reclamam da falta de diálogo vindo da parte do prefeito. Porém, com vândalos quem tem que dialogar é a polícia. Com os artistas que trabalham com grafite, sim. Os grafiteiros, esses merecem ser ouvidos, pois realmente têm o interesse em criar. Dória deve determinar um espaço onde eles possam se expressar por meio de sua arte, diferente daqueles outros que só querem destruir.

A guerra do spray está longe de ter um fim, e ela não terá um final feliz para todos. Se o problema for somente a cor cinza, ao prefeito sugiro, da próxima vez, usar uma cor lilás para decorar os muros.

Ser mulher


Estive refletindo hoje e cheguei à conclusão de que ser mulher é muito difícil. Não digo isso apenas da boca para fora, muito pelo contrário, pois eu vivencio isso todos os dias.

Ser mulher é estar sempre arrumada. Cabelo bonito, sobrancelhas feitas, unhas pintadas, depilada, maquiada, com um perfume cheiroso, uma roupa elegante ou então moderna, sapatos novos, utilizar acessórios – brincos, colar, anéis, bolsa –, e depois dessa arrumação toda, estar sempre de bom humor.

Mas calma, comecei falando apenas do “look”. Nós, mulheres, temos que ter, para seremos consideradas “bonitas”, uma barriga chapadinha, bumbum sem celulites, coxas duras, seios generosos e, de preferência, uma pele bronzeada.

Esse modelo citado agora é o que a maioria das pessoas idealizam e se esforçam para ser. Milhares de mulheres se cobram e frequentam todos os dias lugares, como: academia, salão de beleza, restaurantes fitness, clínica de estética, etc., para poderem atingir esse padrão de beleza.

Além de ter essa obrigação de sermos perfeitas externamente, temos também que ter a nossa personalidade e hábitos de acordo com o que as pessoas julgam como correto e belo. Por exemplo, ser simpática, não falar palavrão, ter postura para andar e sentar, não ser sincera com os outros – sempre disfarçando ou evitando falar aquilo que realmente quer –, saber cozinhar, limpar a casa, cuidar de crianças, ter habilidades na cama e saber agradar a todos (principalmente, os homens).

O tema do machismo enraizado na nossa sociedade já está sendo mais discutido pelas pessoas. Mas, ao mesmo tempo, que os jovens de hoje conversam sobre o assunto, esses mesmos jovens tem, por muitas vezes, atitudes machistas, que de alguma forma prejudica a mulher ou a sua imagem perante os outros.

Sair na balada é quase que um desafio. Não pode beber demais, é feio. Não posso dançar livremente, não é agradável. Não é de boa moral ficar com alguém que você está afim, porque menina de família não faz isso. Pegar carona com um homem? Deus me livre! Vão pensar que você é uma mundana. Sexo então? Nem fale sobre isso, vão achar que você é experiente nesse assunto, ou seja, puta.

As exigências e proibições que caem perante a mulher são inúmeras, que faz com que nos obriguemos a segui-las, para não acabamos com a nossa reputação. Aí, sempre tem alguém fazendo piadinhas de que “ser mulher é fácil”. E eu lhe pergunto, é mesmo?

Não se preocupe com quem o outro ama



Nesta quarta-feira, dia 17 de maio, foi o dia internacional contra a Homofobia. A data começou a ser comemorada nos anos 90 quando, para ser mais exata no dia 17 de março de 1990, quando a homossexualidade foi excluída da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID) da Organização Mundial da Saúde (OMS).

No Brasil a data se tornou oficial em 04 de junho de 2010, quando o presidente da época a instituiu como Dia Nacional Contra a Homofobia. Falando em Brasil, vamos lembrar que todos os anos em São Paulo, acontece a maior Parada Gay do mundo. Mas, nem por isso que quase 120 pessoas morreram por conta de ataques homofóbicos. Outro dado que vale lembrar é que o Brasil é primeiro país em número de assassinatos por homofobia no mundo.

Mas vamos sair um pouco do Brasil e saber como foi essa data em outros países. Na Indonésia, por exemplo, um casal homossexual foi condenado a 85 chibatadas, agora me explique. Por quê? Estamos na retrocedendo e voltando para a época da escravidão? É realmente necessário pessoas serem torturadas, sim, torturadas, apenas por escolherem amar e ser feliz? A resposta é não, se fosse assim, deveríamos chicotear político ladrão, o que eles fazem é errado, já amar não.

Voltando ao Brasil, lembram que disse que é o país com maior número de assassinatos no mundo, agora pense nas inúmeras tentativas que acontecem! Em Curitiba, na última terça-feira, 16, um vendedor sofreu um ataque com ácido. O homem homossexual teve queimaduras de primeiro, segundo e terceiro grau pelo corpo.

A intolerância é tamanha que as pessoas acabam pagando com a dor e também com a vida. Vamos lembrar que a homossexualidade já existe a milhões de anos na sociedade. Na Grécia antiga homens mantinham relações com outros homens, principalmente no período menstrual das mulheres, pois estas eram consideradas sujas. Hoje a sujeira é outra. Mas as pessoas preferem se preocupar com quem o outro ama, do que com o dinheiro que está sendo roubado, bem de baixo dos nossos olhos.

A casa caiu sem ao menos estar de pé



Com um placar agregado de 9 a 0, o Cascavel foi eliminado nas quartas de final do Campeonato Paranaense 2017 pelo Curitiba, no dia 12 de abril. Nada é tão ruim que não possa piorar, e o time da serpente é a prova viva – agora nem tão viva assim –, de que isso é real. Como se não bastasse a derrota dentro de casa para o Curitiba no último dia 2 com um placar de 5 a 0, o time conseguiu aumentar o prejuízo perdendo mais uma, agora por 4 a 0.

Números tão expressivos, com certeza, não eram esperados pela torcida cascavelense, isso por conta da intensa propaganda feita a favor do time e, principalmente, do seu estádio. O incentivo era grande tanto para os atletas quanto para nós torcedores. Estávamos todos encorajados pelas promessas de um time renovado taticamente, que acompanhasse o progresso e evolução do Estádio Olímpico Arnaldo Busatto.

Não podemos negar que a equipe de dirigentes e diretores da serpente atuaram bem na campanha de divulgação do time. Eles conseguiram mascarar todos os percalços e atrasos da obra de revitalização do Estádio Olímpico, reafirmando a ideia de que todo problema gerado pela gestão do sistema público acaba sendo abafado com o tempo e esquecido pela maioria da população. A casa do Futebol Clube Cascavel (FCC) esteve de portas fechadas durante 14 meses, seis a mais que o prazo inicial estipulado pela construtora responsável pelas obras.

A reforma que ainda não foi totalmente concluída limita o número de torcedores em 9.999 pagantes. Isso por conta da falta do sistema de monitoramento do estádio, que segundo a legislação, é obrigatória a partir dos 10 mil pagantes. Ainda assim, as obras garantem cadeiras novas na área coberta, vestiários padrão FIFA e cabines de imprensa revitalizadas, entre outras reformas em geral. As melhorias tiveram um custo de R$ 8,374 milhões, R$ 1,7 milhões a mais que o limite estipulado pelo projeto que contava com um caixa inicial de R$ 6,669 milhões. Enquanto isso, o projeto que estipulava 27 mil lugares e não dispõe nem de metade desse número, segue em andamento.

Agora, nada mais resta ao Cascavel além de focar todo seu treino e preparo físico em terminar as obras do Estádio Olímpico. Talvez, a equipe responsável pelo fim da empreitada gostaria de ter como companheiro de trabalho, ou até mestre de obras, o ilustre Agenor Piccinini, técnico responsável pela campanha humilhante e vexaminosa do FCC no Campeonato Paranaense 2017.