sexta-feira, 19 de maio de 2017

Labirinto metálico


Há quanto tempo eu estava andando? Minutos? Horas? Já nem sabia mais. Tudo naquele lugar era igual. As paredes metálicas que se erguiam formando um labirinto assustador, as pessoas vagando que encaravam as paredes como se procurassem algo, um som estridente que vez ou outra ressoava seguido de uma voz fantasmagórica e mecânica que pronunciava coisas que não conseguia entender.

Um pesadelo. Era a isso que eu podia resumir aquela situação. Como pude me perder em um lugar assim? Enquanto andava meu olhar se alternava entre o caminho à minha frente e àquele as minhas costas numa busca inútil por algo que me ajudasse a sair daquele lugar sufocante.

Sem muito sucesso me concentrei em meus pés, o que foi um erro, pois bati violentamente contra algo duro e frio. Afastei-me enquanto massageava a testa e visualizei o que parecia ser uma jaula. Dentro haviam várias coisas empilhadas e logo uma mulher apareceu, jogando mais um objeto lá dentro. Quando percebeu minha presença fez uma careta.

Recuei alguns passos com aquele olhar e já pensava em sair correndo caso ela fizesse qualquer coisa, mas a mulher somente bufou e continuou seu caminho, empurrando sua jaula. Fiquei observando-a até que virasse uma das esquinas do labirinto para continuar meu caminho.

Voltei a vagar sem rumo até que uma coisa me chamou a atenção. Um homem, no fim do corredor em que eu estava. Normalmente as pessoas passavam por mim como se eu nem existisse, mas aquele homem não. Seus olhos me fitavam e aquilo fez meus pelos arrepiarem. 

Quando comecei a recuar ele começou a andar em minha direção. Meus passos foram ganhando velocidade e os dele também, e quando me obriguei a correr ele gritou para mim, começando a me perseguir.

Com a gritaria todos que me ignoravam até então passaram a prestar atenção no que estava acontecendo, alguns até tentaram me impedir, mas consegui escapar. Eu virava corredores e corredores tentando despistar o homem, e quando finalmente não o vi mais atrás de mim uma mão agarrou meu pulso.

- ME SOLTA!

Eu estava prestes a bater no sujeito quando tive meu outro braço paralisado.

- Quer parar com isso?!

Abri os olhos instantaneamente, encarando meu irmão.

- Alex! – abri um sorriso de alívio e o abracei.

- Não posso me descuidar um minuto que você desaparece. E ainda fez o coitado do segurança ficar correndo de um lado para o outro. Desse jeito não te trago mais no mercado. 

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