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Oi, tudo bem? Aceita um empanado?
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Não, obrigada.
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Um bolinho?
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Não, não, estou sem fome.
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Uma cerveja, então? Todo mundo gosta de cerveja!
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Não, eu não bebo cerveja. Tem glúten.
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Nossa, que frescura, quer ser fitness? Risos.
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Não, é que eu tenho intolerância...
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Capaz menina, mas nenhum pouquinho? Vamos, só hoje não vai fazer mal...
São
situações como essa, muito complicadas por sinal, das quais eu passo todos os
dias. Sou celíaca, portadora da doença que faz o corpo agir ao glúten – que
está presente no trigo, centeio, cevada e aveia –, de forma negativa, criando
anticorpos para combatê-lo e destruindo a flora intestinal.
O
que mais me deixa indignada é que muitas pessoas não entendem que a restrição
ao glúten que essa doença exige é para sempre, não existem exceções ou então o
famoso “só hoje não vai fazer mal”.
Quanto
mais o glúten é consumido no corpo de um celíaco, mais a flora intestinal é
prejudicada, acabando com a absorção de proteínas necessárias para manter o
organismo funcionando.
Algo
que me frustra é o descaso das empresas com pessoas portadoras dessa doença,
que precisam se alimentar sem serem contaminadas por esse veneno. Atualmente, a
doença celíaca está ganhando mais importância, tendo produtos diferenciados e
sem contaminação nos mercados, mas custam o dobro do preço.
Porém,
restaurantes, bares, padarias, entre outros, não tem o bom senso de que pessoas
celíacas também querem comer fora, sair para jantar, ou então saborear algo diferente.
Já me acostumei a sair com os meus amigos e familiares e ficar sem poder comer
nada, consumir apenas um suquinho enquanto os outros se deliciam com comidas
que contém glúten ou contaminação cruzada.
Contudo,
penso que ainda há uma grande falta de informação nas empresas e também para as
pessoas a respeito dessa doença. Todo cuidado é pouco para um celíaco não se
contaminar, saber que os sintomas são graves e que intolerância ao glúten não é
frescura, deveria ser de conhecimento de todos.
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