quarta-feira, 21 de junho de 2017

Todos têm seu preço


Era final de expediente quando meu chefe parou diante da minha mesa. E como eu já sabia do que se tratava, optei por ignorá-lo e continuar com o olhar fixo no computador.
- Quanto? – ele perguntou.
Subi o olhar para ele.
- Oi?
- Não se faça de desentendida, sei que presenciou algo que não devia.
- Ah... – fingi lembrar. – Se refere ao fato de eu ter visto você receber propina de um dos nossos clientes? Sim, o que tem isso?
Ele fechou a cara com meu tom sarcástico.
- Quanto você quer para ficar quieta?
- Não quero nada. Não vai comprar meu silêncio.
Ele riu.
- Todos têm seu preço, até mesmo você.
Foi a minha vez de fechar a cara.
- É verdade, todos têm seu preço, só que o meu ninguém pode pagar.
Levantei e peguei minhas coisas, saindo do escritório.
Posso ter sido demitida da empresa por esse meu ato, mas ver meu chefe ser preso no dia seguinte... não teve preço.

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