A
discussão sobre a violência tem ganhando espaço na agenda social, em especial,
nos veículos de comunicação de massa, a exemplo do rádio e da televisão, gerando
preocupações ao poder público e ao homem. Cada vez mais, os torcedores de
clubes de futebol grandes tem tentado estragar os espetáculos em dia de jogo,
mesmo das arquibancadas e ao redor dos estádios.
A
partir da visão de torcedores e famílias que sempre assistem jogos nos
estádios, que vão para torcer por seu clube de coração, muitas vezes, denomina
esses torcedores violentos como vândalos. Autoridades
envolvidas com esses eventos esportivos, buscam alternativas para acabar com a violência
produzida entre as torcidas organizadas dos clubes. Dos anos 80 para cá,
sabe-se que, no Brasil, o comportamento do torcedor nas arquibancadas dos
estádios de futebol mudou-se consideravelmente. Isso se deu pelo surgimento de
configurações organizativas com característica o chamado torcedor organizado, buscando
se relacionar a violência produzida entre as torcidas organizadas com os jogos.
Podemos
dizer que na Europa, a violência ao redor dos estádios de futebol e dentro,
pouco existe, os torcedores que se envolvem brigas violentas são banidas dos estádios,
aqui também teria que ser assim. No Brasil, jovem em torno de uma organização
de torcedores que difunde novas dimensões culturais diante desse contexto, do
fanatismo acabam registrando o aumento considerável de violência. Nesse
sentido, observa-se que os atos de violência transformam-se em um acontecimentos que circula além das
questões de classe social ou de efeitos do econômico. O torcedor organizado parece
ter o prazer pela prática de ato de violência, podemos dizer que não são
amantes do esporte, mas, sim bandidos que vão ao estádio só para brigar, uma
vez esvaziado de sua capacidade de ser sujeito coletivo e amar o seu próprio
time de coração.
A
violência entre torcidas organizadas não está desarticulada dos aspectos
políticos e econômicos. O conflito entre os poderes econômicos e sociais marcou
a construção do espaço urbano das
grandes cidades, prevalecendo o interesse do capital de alguma forma, esse
processo interferiu, inclusive, na identidade social dos jovens que se
expressam através da negação do outro, da disputa de jogos e da violência prazerosa
entre os grupos rivais.
A um
dos apontamentos possível desses desdobramentos que acontecem é o esvaziamento
da noção do coletivo na formação dos jovens, fator indispensável na compreensão
dos novos sujeitos. O aumento dos atos de violência praticados pelo movimento
de "torcidas organizadas" tem decorrência no surgimento desses
sujeitos que não viabiliza o melhor entendimento da argumentação exposta humana
que dentro de campo é um espetáculo que conta com 22 jogadores com espírito
esportivo, raramente um ou outro perde a cabeça.
Em
outras palavras, essa linha de pensamento nos remete, apenas, a revermos as
injustiças e as desigualdades, à inércia do Estado e ordem legal, sem ao certo
colocarmos em pauta o modelo de sociedade e suas trajetórias ideológicas no
campo de jogo, a agressividade aumenta, proporcionalmente, pela procura de nova
filiação ao movimento.
Quando as autoridades brasileiras terão atitudes de criar
leis para barrar o torcedor que vai só para brigar, podemos dizer que são três
aspectos que justificam a violência nos estádios de futebol: à juventude cada
vez mais evasiva da consciência social, a individualidade de torcer e o
confronto agressivo.
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