sexta-feira, 2 de junho de 2017

Intolerância entre torcedores dos principais clubes brasileiros


A discussão sobre a violência tem ganhando espaço na agenda social, em especial, nos veículos de comunicação de massa, a exemplo do rádio e da televisão, gerando preocupações ao poder público e ao homem. Cada vez mais, os torcedores de clubes de futebol grandes tem tentado estragar os espetáculos em dia de jogo, mesmo das arquibancadas e ao redor dos estádios.

A partir da visão de torcedores e famílias que sempre assistem jogos nos estádios, que vão para torcer por seu clube de coração, muitas vezes, denomina esses torcedores violentos como vândalos. Autoridades envolvidas com esses eventos esportivos, buscam alternativas para acabar com a violência produzida entre as torcidas organizadas dos clubes. Dos anos 80 para cá, sabe-se que, no Brasil, o comportamento do torcedor nas arquibancadas dos estádios de futebol mudou-se consideravelmente. Isso se deu pelo surgimento de configurações organizativas com característica o chamado torcedor organizado, buscando se relacionar a violência produzida entre as torcidas organizadas com os jogos.

Podemos dizer que na Europa, a violência ao redor dos estádios de futebol e dentro, pouco existe, os torcedores que se envolvem brigas violentas são banidas dos estádios, aqui também teria que ser assim. No Brasil, jovem em torno de uma organização de torcedores que difunde novas dimensões culturais diante desse contexto, do fanatismo acabam registrando o aumento considerável de violência. Nesse sentido, observa-se que os atos de violência transformam-se em um  acontecimentos que circula além das questões de classe social ou de efeitos do econômico. O torcedor organizado parece ter o prazer pela prática de ato de violência, podemos dizer que não são amantes do esporte, mas, sim bandidos que vão ao estádio só para brigar, uma vez esvaziado de sua capacidade de ser sujeito coletivo e amar o seu próprio time de coração.

A violência entre torcidas organizadas não está desarticulada dos aspectos políticos e econômicos. O conflito entre os poderes econômicos e sociais marcou a construção do espaço urbano das grandes cidades, prevalecendo o interesse do capital de alguma forma, esse processo interferiu, inclusive, na identidade social dos jovens que se expressam através da negação do outro, da disputa de jogos e da violência prazerosa entre os grupos rivais.

A um dos apontamentos possível desses desdobramentos que acontecem é o esvaziamento da noção do coletivo na formação dos jovens, fator indispensável na compreensão dos novos sujeitos. O aumento dos atos de violência praticados pelo movimento de "torcidas organizadas" tem decorrência no surgimento desses sujeitos que não viabiliza o melhor entendimento da argumentação exposta humana que dentro de campo é um espetáculo que conta com 22 jogadores com espírito esportivo, raramente um ou outro perde a cabeça.

Em outras palavras, essa linha de pensamento nos remete, apenas, a revermos as injustiças e as desigualdades, à inércia do Estado e ordem legal, sem ao certo colocarmos em pauta o modelo de sociedade e suas trajetórias ideológicas no campo de jogo, a agressividade aumenta, proporcionalmente, pela procura de nova filiação ao movimento.

Quando as autoridades brasileiras terão atitudes de criar leis para barrar o torcedor que vai só para brigar, podemos dizer que são três aspectos que justificam a violência nos estádios de futebol: à juventude cada vez mais evasiva da consciência social, a individualidade de torcer e o confronto agressivo.

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