quarta-feira, 7 de junho de 2017

Cuide da Casa


Somos tão errados na forma de conduzir nossas vidas. A correria do dia a dia faz com que não tenhamos tempo de gerir ou de pensar nas coisas que realmente importam (ou deveriam). Nossas prioridades estão sempre erradas ou no mínimo confusas.

Quando me deram o tema ‘Meio ambiente’ para falar neste texto, logo pensei: Droga! Eu não sei o que escrever sobre isso. Não sem parecer um texto dissertativo de ensino fundamental com aquelas coisas que a gente já tá cansado de saber. Foi aí que eu dei de cara com a raiz do problema. Todo mundo sabe tanto que deixou de se importar.

Lembro, inclusive, que eu já achava um tema chato de se falar no fundamental, muito provavelmente porque ninguém me inspirou a ser melhor neste aspecto. E não culpo meus pais ou professores, mas culpo nosso modo de vida enquanto sociedade.

Ensinamos até hoje a cartilha do meio ambiente às crianças, disfarçado de manual ou livreto. O material de apoio é importante, claro, mas falta um detalhe primordial: acreditar naquilo que a gente ensina.

E já que estamos sendo francos até aqui, devo dizer que o único aspecto que me incomoda hoje com relação ao ambiente é o lixo que as pessoas jogam nele. Agora, tendo que pensar no tema, me recordo que tive um professor de Espanhol no ensino médio que tinha por hábito recolher o lixo do chão, mesmo que não fosse dele. Ia passando pelo corredor e colocando os papéis de bala no lixo. Um dia ele comentou sobre isso na sala de aula com alguma indignação. Não por recolher o lixo alheio, mas pelas pessoas se preocuparem em parabenizá-lo, mas continuarem jogando seus lixos pelo chão como se de nada soubessem.

Penso que este cara me ensinou em muitos aspectos, até sem querer, apenas por ser uma pessoa com convicção em suas causas.

Hoje em dia, constantemente, fico incomodada ao ver uma pessoa jogando o lixo no chão, principalmente, quando tem criança por perto. Acho triste e desrespeitoso. Quando acumulo algum papel, lata ou qualquer resíduo e estou na rua, sempre levo até o lixeiro, nem que seja só em casa. Já cheguei a voltar para buscar um plástico que voou para não pesar a consciência. Na visão das pessoas, uma atitude louvável ou ridícula. De toda forma, estamos acostumados a trabalhar na base da bonificação.

Ninguém merece prêmio por cuidar do lugar em que mora, aliás, moramos todos. Meu professor, o que juntava papéis pelos corredores, nunca me deu nenhuma recompensa, tampouco deve se lembrar desses episódios ou de mim. Mas ele me deu uma coisa muito mais importante: uma pequena parte da consciência de mundo que tenho hoje e é isso que eu gostaria de deixar para alguém.

Não raro, precisamos que alguma pessoa nos diga o óbvio. Não é a toa que se recorre tanto a psicólogos, coachs, personais-tudo-que-é-possível, gurus espirituais, palestrantes, aplicativos de gerenciamento de tempo, dinheiro, vida. Espero ter poupado seu tempo e espero que eu e você possamos poupar a Terra que nos abriga o máximo possível a partir de hoje. Não só na questão do lixo, mas da água, do ar e todos os recursos naturais tão fantásticos que usufruímos, mas que sempre ficam em segundo plano em nossa cabeça. Quando o sistema aperta, na natureza encontramos refúgio. Não nos esqueçamos dela.

Ah! E faça ainda mais do que plantar uma árvore, dê o exemplo a uma criança. Elas carregam as nossas esperanças.

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