sexta-feira, 2 de junho de 2017

EAD: eu ainda duvido


Três milhões de crianças, entre quatro e 17 anos, estão fora da escola. Apenas 77,8% das crianças chegam ao terceiro ano do ensino básico com aprendizagem adequada em leitura e, somente 42%, chegam ao mesmo período com aprendizado suficiente em matemática. Em 2012, 8% dos alunos do Ensino Médio e 4% dos universitários eram analfabetos funcionais. No ranking de educação, de 76 países avaliados, o Brasil está em 60º colocado. Menos de 1% das escolas brasileiras têm estrutura ideal. 
Educação... Assunto difícil, no Brasil. Ano após ano, a história é a mesma: a educação está ruim. Há investimento insuficiente para suprir todas as necessidades existentes, além disso, os problemas são tantos que se torna uma bola de neve em constante crescimento. No último dia 26 de maio, o MEC fez um decreto: “Para os fins deste Decreto, considera-se educação a distância a modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorra com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com pessoal qualificado, com políticas de acesso, com acompanhamento e avaliação compatíveis, entre outros, e desenvolva atividades educativas por estudantes e profissionais da educação que estejam em lugares e tempos diversos”. O quê você leu agora foi o artigo primeiro do decreto 9.057, de 25 de maio de 2017.
O MEC liberou o ensino a distância no Ensino Fundamental brasileiro. Evolução, afinal, a tecnologia na educação é necessária. Perfeito! Talvez, no ensino privado. Creio que as pessoas que criaram um projeto desse calibre não se dão conta da realidade das escolas do país, pois as estruturas tecnológicas são defasadas – quando existentes. Isso já inviabilizaria a implementação do ensino a distancia como ferramenta de ensino, mesmo que parcial.
Além disso, defendo que o ensino a distância tira a magia do ensino-aprendizado. Engessa a formação. Outro aspecto defendido desta forma de educação é o “benefício” de um professor atingir muitos alunos, portanto, isso geraria desemprego em massa na área pedagógica. Logo, no fim, em uma conta óbvia, todos perdem, educando e educador.

Peca quem pensa que ensino é uma linha de produção. Dentro do ensino não há fórmula, não há um trilho. Dentro do ensino há sim uma direção. O caminho pertence aos professores e alunos, a relação entre profissional e educando resulta em um aprendizado mais dinâmico, lúdico e prazeroso. Inserir a educação à distância a fim de melhorar a educação não funcionará, será apenas uma forma de tentar mostrar evolução, enquanto os olhos estão fechados para a realidade. O que o Brasil precisa é de um planejamento estrutural eficiente, para que as escolas tenham o necessário para a formação do aluno e não gastar aplicar dinheiro em propostas sem futuro. 

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