O Brasil não é um país homofóbico. No Brasil, não tem problema ser gay. É um país liberal. Lá tem a maior parada gay do mundo. Tenho certeza que já deve ter escutado ao menos uma dessas frases. Mas, será que o Brasil realmente aceita os homossexuais? No meu ponto de vista, NÃO. O Brasil é sim um país homofóbico. O governo até podem ser a favor deles, mas não a sociedade.
Se pegarmos o dicionário, homofobia vai ter
caracterizada como “Repulsão aos homossexuais. Geralmente, demonstrado através
de violência física e/ou verbal”. Ou seja, expressões como “Tão lindo, pena que
é gay”, “Ninguém precisa saber que você é gay”, ou ainda “Não tenho
preconceito, tenha até amigos que são gays”, são sim uma forma de preconceito.
Segundo dados de 2016 do jornal norte americano
“New York Times”, houve 1,6 mil assassinatos por homofobia no Brasil em um
período de quatro anos e meio, representando quase um assassinato por dia. Isso
claro, não contando os casos que não foram denunciados e as pessoas que
simplesmente desapareceram. No site “Homofobia Mata”, já estão contabilizadas
quase 60 mortes e ainda estamos em fevereiro de 2017.
Os maiores problemas em minha opinião são
questões familiares e a religião. As pessoas pensam que as famílias aceitam sem
problemas, um filho, uma filha homossexual, mas a verdade não bem essa. No
início de janeiro, Itaberli Lorenzo de 17 anos, foi morto e teve o corpo
queimado, o assassino, a própria mãe. A religião também é problemática, vendo
que a bancada política religiosa é abertamente contra a comunidade LGBT. Mesmo
com a maior autoridade da igreja católica, o Papa Francisco, ter dito que os
homossexuais merecem respeito, não é isso que acontece.
Como citei no início do texto, o governo se
esforça, o Brasil foi o primeiro país da América Latina a aprovar o casamento
entre pessoas do mesmo sexo, além de ser um dos primeiros a liberar a adoção de
criação por casais homoafetivos. O país também disponibiliza medicação para
soros positivos.
Mas de nada adianta o governo fazer tudo isso,
se a população não mudar. Em 2015 a “Hello Research” realizou uma pesquisa, o
resultado não poderia ser pior, dos mil entrevistados, 49% se disseram contra o
casamento gay. É como se invés de evoluir a sociedade brasileira estivesse
regressando no tempo. Ninguém é melhor do que ninguém apenas por ser hetero.
Opção sexual não define caráter.
Um dos maiores discursos homofóbico é que gays
não podem constituir uma família. Bem, se for pensar dentro da caixinha que a
sociedade criou isso com certeza é verdade, mas a realidade não é bem assim.
Eles podem sim formar família, não é só homem, mulher e filho. Família é amor,
carinho e afeto. Não é porque eles não podem ter um filho próprio, que não
podem adotar, hoje existem mais pessoas interessadas em adotar uma criança do
que crianças na fila de adoção.
Como deu para perceber o Brasil vive atrás de
uma máscara. Isso acontece porque vivemos em uma eterna espiral do silêncio,
ninguém vai sair por aí batendo no peito e falando “Sou homofóbico”, há leis
contra isso, e ninguém quer ir preso. Mas, sempre há um momento que essas
pessoas vão agir e é aí que acontecem os assassinatos e demonstrações de
repúdio.
A única forma de mudar esse e outros pensamentos
retrógados é a partir de uma reeducação da sociedade. Ninguém dorme hetero e
acorda gay. E é isso que as pessoas precisam aprender, não é uma escolha, é uma
pessoa simplesmente sendo ela mesma. E como todo ser humano eles merecem
respeito. Não é matando, xingando ou humilhando os homossexuais que eles vão se
tornar héteros.
Por fim, digo que a sociedade brasileira não
está pronta para aceitar umas as outras. Essa mudança só vai acontecer quando
eles perceberem que assim como os héteros os gays também são pessoas que apenas
querem poder amar.
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