O
modelo antigo familiar está em crise. Isto é, o modelo padrão, imposto e
enraizado pelas ciências biológicas, sociais e antropológicas está a ruir. E o
que temos de errado nisso? Nada. O formato de família onde se encontram pai,
mãe e a prole unicamente nunca existiu.
Ainda
no século XIX o casamento monogâmico era pouco comum, ao contrário do
matrimônio poligâmico, aceito e praticado nas civilizações antigas. Durante a
idade média, os homens eram costumados a passar longas temporadas ausentes dos
lares, locais onde normalmente deixavam as esposas e os filhos. É válido
lembrar, que ainda na Mesopotâmia a prostituição surgiu, deste modo, muitas
famílias “informais” foram constituídas.
Falar
sobre padrões na atual sociedade é equivocar-se a respeito dos aspectos sociais
contemporâneos. De acordo com Zygmunt Bauman, – pensador e sociólogo que
abrange estudos sobre a modernidade – estamos em compassos líquidos, tudo é
raso, e nada é duradouro, não existem mais moldes, e o que era firmado escorre
feito água, completamente contrário ao estado de solidez determinado pela
antiga representação congênita. Mencionar modelo familiar em pleno século XXI é
um erro exorbitante.
Menos
da metade das famílias brasileiras atualmente são constituídas no antigo modelo
familiar. Deste número, não é destacado as variantes de adultérios, normalmente
permanecendo ocultas por trás do “padrão” pai mãe e filho, mas que de mesmo
modo, quebram totalmente a classificação “honrosa” da tríade familiar imposta.
Nos anos
da “contracultura” coletiva hippie, os movimentos buscavam pregar o amor
universal, sentimento afetivo que poderia ser praticado por todos e para com
qualquer gênero. As novas representações familiares não estão constituídas com
bases na sexualidade. Não se trata apenas de casais homossexuais adotarem
crianças e formarem o tronco familiar – o que não deixa de ser estonteante –.
Pelo menos mais de 50% das famílias no Brasil tem pilares onde mãe e filha, a
exemplo, constroem o tão mencionado “lar”, avós ou até mesmo padrinhos
participam efetivamente da construção parental. Família, família, pode ser
papai, mamãe e titia sim! O padrão nunca existiu, reveja os conceitos.
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