As obras do Programa de Desenvolvimento Integrado (PDI)
estão longe de ser uma catástrofe mundial, entretanto a metáfora é cabível,
pois em Hiroshima e Nagasaki os efeitos dos atentados foram instantâneos e
perduram por décadas, tal como as obras iniciadas em Cascavel, que de imediato
geraram transtornos à população, prejuízo ao comércio e, por muitos anos,
assombrarão as contas públicas do município.
E quem ficou satisfeito com as obras? A empresa que
a realizou, certamente! Porém, os cascavelenses não andam com tranquilidade.
Quem faz uso do transporte público está insatisfeito e grande parte dos
motoristas também. Reflexo da ausência de uma consulta pública, a população
sequer foi instigada a sugerir mudanças necessárias.
Só o projeto inicial da Avenida Brasil estava
orçado em R$ 41 milhões e custou R$ 69 milhões. Vale lembrar que todas as obras
do PDI custariam R$ 70 milhões, mas de acordo com o último balanço, apresentado
em novembro, custará R$ 150 milhões. E a situação ainda piora, pois para não
elevar ainda mais os custos cinco parques ambientais e quatro centros de
convivência não serão construídos, ou seja, o custo dobrou e o projeto ficou
incompleto.
Reza a lenda que as obras foram projetadas para
incentivar o uso do transporte público, revitalizar a cidade, impulsionar o
comércio e melhorar o fluxo de veículos. Entretanto, foram meses de
interdições, milhões de reais investidos e hoje a condição do transporte
público continua ruim e dirigir o tornou-se um teste de paciência.
Os motoristas estão desorientados pela falta de
sinalização que afeta também os pedestres; os passageiros do transporte público
ainda esperam a nova frota e as novas rotas, que justificariam algumas
alterações da Avenida Brasil. Lamentável, mas é preciso dizer: ônibus algum
trafegará pela Avenida Brasil tão cedo. A previsão é de que isso ocorra apenas
no fim de 2018.
E os
comerciantes que têm esperança de que as reformas deem um bom retorno
recuperando um pouco do que se perdeu de abril a novembro do ano passado é
melhor que baixem suas expectativas: pelo andar da carruagem aqui no “velho
Oeste” é melhor esperar e ver para crer.
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