quarta-feira, 5 de julho de 2017

Nunca mais

Que mundo barulhento! Sons de carros passando, buzinas, gente falando alto e com pressa. A música até nos fones de ouvidos dá para se ouvir de longe, estão mais para auto-falantes. Eu não conseguia mais me ouvir, tive que fazer uma mudança, troquei os fones de ouvido por tampões. Isso mesmo, tampões, aqueles cor laranja que os operários usam nas fábricas.
Caramba! Eu já tinha esquecido como era a voz da minha consciência, ela me fez falta, eu pude novamente ouvi-la e me senti em paz. Ser um bom ouvinte demanda tempo, mas, para se ouvir não há pressa, para ouvir os outros nunca se têm tempo.
Ao conversar com minha consciência, estranhamente me deparei que ela me pedia para que eu voltasse a ouvir o mundo.
Como assim? Por quê? Eu deixei de ouvir todo o mundo para ouvi-la!
Nesse instante compreendi que não se pode nunca desperdiçar a oportunidade de ouvir. Ao tirar os tampões o mundo que antes parecia barulhento, tinha se transformado em uma grande orquestra sinfônica e parecia que eu era o maestro. O som do silêncio é um refúgio, o som real é o da vida.
Foi então que repentinamente acordei e percebi que tudo aquilo era um sonho e naquele instante disse para mim mesmo.
- Nunca mais uso drogas.

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