Que
mundo barulhento! Sons de carros passando, buzinas, gente falando alto e com
pressa. A música até nos fones de ouvidos dá para se ouvir de longe, estão mais
para auto-falantes. Eu não conseguia mais me ouvir, tive que fazer uma mudança,
troquei os fones de ouvido por tampões. Isso mesmo, tampões, aqueles cor
laranja que os operários usam nas fábricas.
Caramba!
Eu já tinha esquecido como era a voz da minha consciência, ela me fez falta, eu
pude novamente ouvi-la e me senti em paz. Ser um bom ouvinte demanda tempo, mas,
para se ouvir não há pressa, para ouvir os outros nunca se têm tempo.
Ao
conversar com minha consciência, estranhamente me deparei que ela me pedia para
que eu voltasse a ouvir o mundo.
Como
assim? Por quê? Eu deixei de ouvir todo o mundo para ouvi-la!
Nesse
instante compreendi que não se pode nunca desperdiçar a oportunidade de ouvir.
Ao tirar os tampões o mundo que antes parecia barulhento, tinha se transformado
em uma grande orquestra sinfônica e parecia que eu era o maestro. O som do
silêncio é um refúgio, o som real é o da vida.
Foi
então que repentinamente acordei e percebi que tudo aquilo era um sonho e
naquele instante disse para mim mesmo.
-
Nunca mais uso drogas.
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