quarta-feira, 5 de julho de 2017

Final dos sonhos



Todos os fins me levam às séries americanas. O triste é quando os fins são nas séries americanas, nas minhas.
A série que estava alimentando minhas noites de domingo e inspirando as composições no meu armário ao som de Betty Davis foi cancelada.
Sophia Amoruso anunciou na última sexta-feira (24), o cancelamento de Girlboss, teoricamente uma série sobre a vida dela.
“Então, a série da Netflix sobre a minha vida foi cancelada. Enquanto estou orguhosa do trabalho que fizemos, estou ansiosa para controlar minha narrativa de agora em diante. Foi uma boa série e tive o privilégio de trabalhar com talentos incríveis, mas viver minha vida como uma caricatura, mesmo que por dois meses, foi difícil”.
E é isso. Não se sabe exatamente o que aconteceu. Se por motivos de audiência ou se Sophia quis encerrar prematuramente a história de apenas uma temporada. Parece uma atitude egoísta que a protagonista tomaria. Não que eles não pudessem continuar de forma alternativa já que se trata de
uma leitura “muito, muito livre dos fatos”.
Essa ruptura forçada com as jaquetas de couro, franjinha no cabelo e influências do glam rock me desanimou. Não só pelo fim da série, mas pelo desgaste da vida dos sonhos do meu inconsciente.
Sophia, a personagem, - talvez a verdadeira também – estava solta na vida, desiludida e nenhum um pouco disposta a se adaptar (como eu também não estou, não totalmente), mas aprendeu muito ao longo dos episódios.
Aprendeu sobre si mesma, passou muito perrengue, começou a vender roupas vintage no Ebay e criou um império multi-milionário sem ter “se adaptar” ao “mercado”.
Até acreditei nessa bobagem, mas pesquisando sobre a história por trás da série, descobri que a Nasty Gal – loja que ela abriu no Ebay e transformou em patrimônio – faliu. Eu que acredito muito forte no que me convém pensei, tudo bem, sucesso é relativo. Ela pode ter tirado muitas lições disso tudo.
Bobagem! Me resta continuar acreditando no que me convém até que eu aprenda e pensar que os fins não tem moldes.
Voltando aos meus finais, das séries. Eis os que me entristecem. Os que são fim antes de ser, ou seja, quando os produtores começam a encher a trama de retalhos só para segurar a audiência e minha relação com os personagens vai ficando enfraquecida. Eu já sei que acabou mesmo antes do decreto final. Afinal, o Dean vai matar quem depois do próprio Lúcifer?
Tem também os finais em que a série acaba, mas dentro de mim ela continua porque não foi satisfatório. De imediato penso: Vocês me fizeram perder todo esse tempo da minha vida? Depois perco muito mais tempo pensando em possíveis desfechos. E, dos finais, o pior: os abruptos.

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