quarta-feira, 5 de julho de 2017

Males que vem pro bem


Já havia conhecido algumas pessoas que reclamavam da dificuldade de estudar em uma cidade e trabalhar em outra. Eu pensava que não era tão difícil assim, até me encontrar nessa situação. No meu caso, o que me deixava mais ansioso que tudo era sentir o cheiro da sexta-feira no ar. Isso significava voltar para casa e durante dois dias não precisar ir e voltar de uma cidade para outra.
Naquela semana, tudo estava indo muito bem, apesar da carga extra de trabalhos da faculdade. A espera pelo final de semana já não era tão agradável, eu sabia que teria que utilizar esses dois dias de folga para trabalhar e estudar intensamente se quisesse me dar bem ao fim do semestre.
Se coloque no meu lugar, o que seria ideal e te deixaria feliz, estando sobrecarregado de coisas para fazer, não tendo tempo para fazê-las, estando longe de casa, sem o aconchego do lar? Um aumento? Sim, seria muito proveitoso e resolveria alguns problemas. Porém um dia de folga em plena terça-feira cairia bem também. E por incrível que pareça isso aconteceu. Na cidade onde trabalho era feriado municipal, parece que tudo por lá para no dia em que celebram o aniversário da padroeira Nossa Sra. Consolata.
Esse feriado caiu como uma luva para mim. Seria o momento de resolver algumas pendências com o banco, buscar minha namorada no trabalho e, principalmente, fazer os meus trabalhos da faculdade.
07h00 – Toca o despertador. Reluto em sair da cama, mas sabendo do número de atividades que teria pela frente fui forçado a começar o dia.
07h13 – “Paraná gerou mais de 200 mil vagas de emprego nos últimos seis anos”, dizia o jornalista pela TV, enquanto eu tomava café da manhã. Parecia um dia auspicioso, até mesmo as notícias que ultimamente têm sido negativas, estavam apresentando dados promissores.
Eram exatamente 08h42, me lembro bem, fui ligar o computador, era lá que toda a “mágica” iria acontecer. Já estava tudo programado: escrever parte do artigo, diagramar o jornal e depois fazer o cansativo trabalho de Responsabilidade Socioambiental.
- Mãe, acabou a luz? – perguntei com tom de preocupação.
- Não, a TV está ligada. Respondeu ela com irônia.
O computador não ligava. E agora, o que eu faço, é tudo para hoje, está tudo atrasado. Fui pra assistência técnica, estava fechado. Esperei que abrissem, isso aconteceu 09h00. O desespero tomou conta, era o único dia em que eu poderia fazer tudo aquilo. Resolvi ir para faculdade, usar o computador de lá. Para minha surpresa alguém decidiu que os computadores não precisariam ser ligados pela manhã.
Fiquei irritado, desesperado, desacorçoado, estressado. Peguei o carro e...
- Ele está bem? Ouvi ao fundo.
- Afastem-se, afastem-se!.
Era tarde demais para fazer as atividades pendentes. Não tive tempo de ficar totalmente estressado, só o suficiente para chegar ao limite. Meu carro foi atingido em cheio por um caminhão. Hoje, 2 anos depois, já não me irrito com facilidade e não tenho tentos trabalhos para fazer.


0 comentários:

Postar um comentário